Origem
As controvérsias acompanham o spam desde seu "nascimento", cuja data "oficial" pode ser considerada como 5 de março 1994. Neste dia, dois advogados, Canter e Siegel, enviaram uma mensagem sobre uma loteria de Green Cards americanos para um grupo de discussão da USENET. O ato de enviar uma mensagem de propaganda para um fórum sem foco no assunto causou espanto e revolta em muitos assinantes do grupo.
No entanto, o pior aconteceria no dia 12 de abril de 1994, quando os advogados enviaram a mesma mensagem para diversos grupos de discussão da USENET. Foi utilizado um programa capaz de automatizar o envio em massa da mensagem de propaganda. As reações foram imediatas e negativas, gerando apelos sobre a violação da Netiqueta – um conjunto de regras de boas maneiras para os usuários da rede. O grande número de mensagens trocadas sobre o assunto comprometeu o desempenho da rede, causando um dos conhecidos efeitos colaterais do spam.
As mensagens históricas podem ser encontradas no WebArchive.org: http://web.archive.org/web/20011214024742/math-www.uni-paderborn.de/~axel/BL/CS941211.txt
Durante as inflamadas discussões sobre o ocorrido, surgiu a referência ao termo spam, relembrando uma cena do programa de TV do grupo inglês Monty Python, onde vikings inconvenientes estavam em uma lanchonete, repetindo diversas vezes a palavra "spam", referindo-se a um conhecido enlatado americano composto de presunto condimentado.
O spam de 1978
Para entender a real dimensão das histórias sobre a origem do spam, uma das referências indispensáveis é o site pessoal de Brad Templeton. Ele mantém página com uma pesquisa histórica sobre o assunto, a "Origin of term spam to mean net abuse", que pode ser acessada na íntegra em http://www.templetons.com/brad/spamterm.html).
Um trecho muito interessante descreve que o primeiro spam pode ter acontecido em maio de 1978, quando um funcionário da DEC, contratado para fazer propaganda do novo sistema DEC 20, considerou que todos os usuários da Arpanet estariam interessados em receber as informações sobre o referido sistema.
Uma mensagem de divulgação do DEC 20 foi enviada para 320 endereços da Arpanet, já que esse era o limite aceito pelo sistema da época. O spam histórico, reconhecido muitos anos depois, pode ser visto em http://www.templetons.com/brad/spamreact.html. Apesar disso, a mensagem dos Green Cards é considerada o primeiro spam, batizado como tal.
Folclore e Netlore
O folclore é o termo utilizado para referenciar o "ensinamento do povo": folk = povo, nação, raça; e lore = ato de ensinar. Assim, o folclore é a cultura popular, o conjunto de crenças e costumes de um povo, habitantes de uma região ou país. São exemplos de folclore as histórias, lendas e músicas que aprendemos com nossos pais, os quais aprenderam com nossos avós e assim por outras gerações.
Afinal, qual é a relação entre folclore e spam? A resposta é o netlore, o folclore da rede. Netlore é o termo associado às lendas, histórias e boatos que circulam pela Internet e, muitas vezes, se tornam crenças dos internautas (usuários da Internet).
Na verdade, o netlore é um exemplo de que muitos comportamentos do ser humano migraram para as relações via Internet. As correntes para encontrar marido ou ganhar dinheiro são bons exemplos desse fato.
Analisando os tipos de spam, é possível identificar histórias, correntes, lendas e boatos enviados por e-mail. Na maioria das vezes, esses e-mails não são solicitados, principalmente, quando são recebidas várias cópias da mesma mensagem, enviadas pelos colegas que não querem se arriscar a tornarem-se vítimas de uma tragédia por não ter repassado 20 e-mails de uma corrente da sorte.
Entre os sites que tratam de spam e netlore, pode-se destacar: "Por uma Internet sem spam" (http://www.quatrocantos.com/LENDAS/) e "Urban Legends and Folklore" (http://urbanlegends.about.com).
fonte: Antispam.br
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