Consertos
Dois instrumentos essenciais do Hubble serão consertados. A câmera ACS ("Advanced Camera for Surveys") tem a maior resolução e era o instrumento mais utilizado pelos cientistas, mas parou de funcionar em Janeiro de 2007. O STIS ("Space Telescope Imaging Spectrograph") media a espectro de luz na faixa do ultravioleta, permitindo aferir a distância e a composição de galáxias distantes - isso até 2004, quando apresentou defeito.
Sem essa missão de reparos, o Hubble poderia parar de funcionar de vez em 2011, quando seu último giroscópio que ainda funciona deverá pifar. Mas com novos giroscópios e baterias instalados durante essa próxima missão, o Hubble deverá durar no mínimo até 2013, possivelmente chegando até 2020.
Novos instrumentos
Dois novos poderosos instrumentos serão instalados durante a missão. A WFC3 ("Wide Field Camera 3") irá permitir que o Hubble veja as galáxias menos brilhantes e mais distantes já vistas até hoje, dando valiosas informações sobre a formação do universo.
Poderão ser fotografadas galáxias que existiram apenas 400 milhões de anos depois do Big Bang - hoje o Hubble só consegue enxergar galáxias que existiram 800 milhões de anos depois do nascimento do nosso universo. "O universo evoluiu rapidamente nesses tempos iniciais, de forma que uma diferença [de tempo] como essa faz uma gigantesca diferença na estrutura e no tamanho das galáxias [que existiram nessas eras]," disse Sandra Faber, membro do grupo que recomendou a missão à NASA, à revista New Scientist.
O outro instrumento é o COS ("Cosmic Origins Spectrograph"), que irá captar o espectro ultravioleta de quasars - gigantescos buracos negros que brilham enquanto engolem o gás que se encontra à sua volta. O COS poderá captar corpos estelares muito mais tênues do que o STIS, embora o STIS capte espectros mais detalhados dos objetos que ele consegue enxergar.
90 vezes mais poderoso
Com seus novos instrumentos, o Hubble será 90 vezes mais poderoso do que ele era quando foi lançado - é como se os cientistas tivessem 90 telescópios iguais ao Hubble original, afirmam os astrônomos. O melhoramento vem de uma combinação de uma melhor sensitividade e campos de visão mais amplos.
O Hubble "remoçado" poderá ver 900 galáxias onde seus instrumentos originais conseguiriam ver apenas 10. Em comparação com sua última versão, depois do último conserto que ele recebeu e antes que o ACS e o STIS falhassem, o novo Hubble será 60% mais poderoso.
Missão perigosa
A parte mais perigosa da missão será justamente o conserto do ACS e do STIS. "Nós iremos fazer algo que nunca foi feito no espaço," disse o astronauta John Grunsfeld, que irá coordenar as caminhadas espaciais durante a missão. Ele terá que soltar e reapertar parafusos minúsculos, fora do seu campo de visão, devido à forma como as placas eletrônicas dos instrumentos estão instaladas no interior do telescópio espacial.
Os astronautas terão também que cortar placas metálicas para alcançar as placas de circuito impresso, criando cantos cortantes que poderão ser perigosos para as roupas espaciais. "Eu ainda acredito que a ciência do Hubble e o programa Hubble é algo pelo qual vale a pena arriscar minha vida, e eu sei que eu tenho seis outros membros da tripulação que também acreditam nisso," disse Grunsfeld.
Preparando-se para o fim
Durante a missão, novos revestimentos de isolamento térmico serão aplicados sobre o Hubble para tapar fissuras existentes no isolamento atual, além de um novo sensor que ajudará o mais famoso telescópio de todos os tempos a se posicionar corretamente.
Finalmente, será instalado um pequeno gancho que permitirá que uma futura missão robotizada recolha o Hubble depois que ele parar de funcionar inteiramente, e guie-o em segurança para uma reentrada na atmosfera que o faça cair sem riscos no oceano.
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