WASHINGTON - Uma empresa telefônica cortou uma escuta internacional do FBI depois que a agência deixou de pagar sua conta em dia.
A auditoria, conduzida pelo inspetor geral do Departamento da Justiça, disse que o FBI é culpado de mau uso do dinheiro utilizado em investigações clandestinas, e que essas práticas tornam a agência vulnerável a roubos e problemas no pagamento de faturas.
O estudo apontou o caso de uma escuta instalada sob autorização da lei de vigilância externa, que rege o uso de recursos eletrônicos para espionar suspeitos de terrorismo e de delitos internacionais, que terminou cortada devido ao não pagamento de uma conta.
"Os atrasos de pagamento levaram operadoras de telecomunicações a efetivamente desligar linhas telefônicas instaladas como escuta pelo FBI, o que resultou em perda de provas, incluindo um caso no qual a distribuição de informações interceptadas nos termos da lei foi suspensa devido ao atraso no pagamento", afirma o relatório.
Cynthia Schnedar, porta-voz da inspetoria da Justiça, disse que não era possível fornecer detalhes adicionais sobre a escuta prejudicada.
O FBI reconheceu "alguns poucos casos" nos quais o atraso no pagamento de contas de telefone causou perturbação na vigilância, e acrescentou que "essas interrupções foram temporárias e, de acordo com nossas avaliações, nenhum desses casos foi afetado de maneira significativa."
A American Civil Liberties Union disse que o relatório destaca a hipocrisia das operadoras de telefonia, que desejam que o Congresso lhes conceda imunidade contra processos por cooperação com certas escutas, sob a alegação de que estão agindo a serviço do país.
Boa parte do relatório continha informações sensíveis sobre questões de policiamento e segurança, e diversos detalhes foram retidos.
O programa de vigilância internacional do governo, denunciado como inconstitucional e invasivo em excesso pelos oponentes, está sendo debatido pelo Congresso com vistas a uma possível renovação.
Os legisladores chegaram a um impasse quanto ao escopo do programa e às proteções contra processos para as operadoras telefônicas que participaram de um programa de escutas domésticas iniciado pelo presidente George W. Bush depois dos ataques de 11 de setembro.
0 comentários:
Postar um comentário
Só não vale xingar a mãe ou puxar cabelo nos comentários =)